(Reuters) - A Polícia Federal deflagrou na
manhã desta quinta-feira a 32ª fase da operação Lava Jato para investigar uma
instituição financeira panamenha suspeita de atuar no Brasil sem autorização do
Banco Central para viabilizar o fluxo de valores oriundos do esquema de
corrupção na Petrobras para o exterior de forma ilegal.
A PF foi às ruas para cumprir 17 mandados judiciais, sendo
sete de condução coercitiva e 10 de busca e apreensão, nas cidades de São
Paulo, Santos e São Bernardo do Campo, segundo comunicado da instituição.
Além da movimentação de contas bancárias à margem do sistema
financeiro nacional, a instituição financeira investigada pela chamada operação
"Caça-Fantasmas" é suspeita de funcionar como uma agência de private
banking no Brasil, tendo como produto também a comercialização de empresas
offshore, de acordo com a PF.
Essas offshores, segundo a polícia, eram registradas pela
Mossack Fonseca, empresa que já foi alvo de uma fase anterior da Lava Jato que
investigou um suposto grupo criminoso que possibilitava a investigados na Lava
Jato movimentar recursos recebidos de propina no exterior.
"Os serviços disponibilizados pela instituição
financeira investigada e pelo escritório Mossack Fonseca foram utilizados,
dentre diversos outros clientes do mercado financeiro de dinheiro 'sujo', por
pessoas e empresas ligadas a investigados na operação Lava Jato, sendo possível
concluir que recursos retirados ilicitamente da Petrobras possam ter transitado
pela instituição financeira investigada", afirmou a PF em comunicado.
Segundo a Polícia Federal, um dos objetivos da investigação é
descobrir a verdadeira extensão das atividades ilegais da instituição bancária
no Brasil, assim como sua "vasta clientela" que utiliza os serviços
para operações financeiras com características de fraude e de forma oculta.
A operação desta quinta-feira é a terceira deflagrada pela PF
no âmbito da Lava Jato apenas nesta semana, seja diretamente da força-tarefa em
Curitiba que investiga crimes na Petrobras ou de ações relacionadas à
investigação principal que foram desmembradas para outros Estados.
(Por Pedro Fonseca,
no Rio de Janeiro)
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