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quinta-feira, 14 de julho de 2016

14 de Julho é o dia da Queda da Bastilha


     Pintura de Jean-Pierre Houël “Tomada da Bastilha”. No centro se vê a prisão de Jourdan de René de Bernard, marquês de Launay (1740-1789)

"O sol nasceu às 4h08 daquela terça-feira, dia 14 de julho de 1789, e, apesar da luminosidade, a cidade anunciava um dia encoberto e frio naquele verão, no qual os termômetros marcavam 12 graus pouco antes do meio-dia."
Assim iniciava uma notícia em 16 de julho de 1789, do Journal de Paris. O frio de 12 graus, não conseguiria conter o calor da revolta popular que culminaria com a derrubada da Bastilha, símbolo do absolutismo na França, dando início a maior revolução burguesa de todos os tempos: a Revolução Francesa.

Usada como prisão estatal durante os séculos 17 e 18, a fortaleza mantinha prisioneiros políticos, intelectuais e nobres, que contestavam o poder absoluto do rei.A sua queda simbolizou a derrubada da monarquia absolutista, fim do Antigo Regime, fortalecimento da participação popular e a passagem da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. A grande prisão francesa terminou sendo invadida, porque um jornalista, Camille Desmoulins, até então desconhecido, gritou em frente ao Palais Royal e pelas ruas dizendo que as tropas reais estavam prestes a desencadear uma repressão sangrenta sobre o povo de Paris. Todos deviam pegar em armas para se defender. A multidão, num primeiro momento, dirigiu-se aos Inválidos, o antigo hospital onde concentravam um razoável arsenal. Ali, apropriou-se de três mil espingardas e de alguns canhões. Correu o boato de que a pólvora porém se encontrava estocada num outro lugar, na fortaleza da Bastilha. Marcharam então para lá. A massa insurgente (revoltosa) era composta de soldados desmobilizados, guardas, marceneiros, sapateiros, diaristas, escultores, operários, negociantes de vinhos, chapeleiros, alfaiates e outros artesãos (sans-culottes), o povo de Paris enfim. A fortaleza, por sua vez, estava defendiada por 32 guardas suíços e 82 "inválidos" de guerra, possuindo 15 canhões, dos quais apenas três em funcionamento.

A grande prisão francesa terminou sendo invadida, porque um jornalista, Camille Desmoulins, até então desconhecido, gritou em frente ao Palais Royal e pelas ruas dizendo que as tropas reais estavam prestes a desencadear uma repressão sangrenta sobre o povo de Paris. Todos deviam pegar em armas para se defender. A multidão, num primeiro momento, dirigiu-se aos Inválidos, o antigo hospital onde concentravam um razoável arsenal. Ali, apropriou-se de três mil espingardas e de alguns canhões. Correu o boato de que a pólvora porém se encontrava estocada num outro lugar, na fortaleza da Bastilha. Marcharam então para lá. A massa insurgente (revoltosa) era composta de soldados desmobilizados, guardas, marceneiros, sapateiros, diaristas, escultores, operários, negociantes de vinhos, chapeleiros, alfaiates e outros artesãos (sans-culottes), o povo de Paris enfim. A fortaleza, por sua vez, estava defendiada por 32 guardas suíços e 82 "inválidos" de guerra, possuindo 15 canhões, dos quais apenas três em funcionamento.

 Planta da Bastilha

Durante o assédio, o marquês de Launay, o governador da Bastilha, ainda tentou negociar. Os guardas, no entanto, descontrolaram-se, disparando na multidão. Indignado, o povo reunido na praça em frente partiu para o assalto e dali para o massacre. O tiroteio durou aproximadamente quatro horas. O número de mortos foi incerto. Calculam que somaram 98 populares e apenas um defensor da Bastilha.

Launay teve um fim trágico. Foi decapitado e a sua cabeça espetada na ponta de uma lança desfilou pelas ruas numa celebração macabra. Os presos, soltos, arrastaram-se para fora sob o aplauso comovido da multidão postada nos arredores da fortaleza devassada. Posteriormente a massa incendiou e destruiu a Bastilha, localizada no bairro Santo António, um dos mais populares de Paris. O episódio, verdadeiramente espetacular, teve um efeito eletrizante. Não só na França mas onde a notícia chegou provocou um efeito imediato. Todos perceberam que alguma coisa espetacular havia ocorrido.

O dia 14 de julho é feriado na França até hoje. O país comemora essa data com grandes celebrações e paradas militares por todo o território francês, com destaque para o desfile militar na Avenida Champs-Elysées, prestigiado pelo Presidente da República. Outros países também festejam a data: Bélgica, Hungria, Estados Unidos…

A França não comemora a “Queda da Bastilha” devido à violência que marcou o evento. A data virou feriado nacional para marcar a Festa da Federação, um ano depois (1790), e foi escolhida no século 19, durante a Terceira República Francesa, para consolidar o regime, a reconciliação do povo e criar um imaginário nacional. Outros países como Bélgica, Hungria e Estados Unidos também a celebram.

Campo de Marte

Em 1790, o palco dos massacres sangrentos da Revolução virou um imenso circo com capacidade para 100 mil pessoas, onde foi erguido também o Altar da Pátria. Com a torre Eiffel ao fundo, hoje o local é uma grande área verde, onde acontecem shows, concertos e eventos públicos, visitada por centenas de turistas diariamente.

Guilhotina



Segundo as anotações dos velhos marceneiros da história, as duas vigas verticais dessa máquina vingativa mediam 4,50 metros, e a separação entre uma e outra era de 37 centímetros. A lâmina pesava 7 quilos, era fixada por três esferas, (pesando 1 quilo cada uma) e presa num cabeçalho que por sua vez pesava 30 quilos, constituindo assim, um conjunto de 40 quilos, que percorria uma queda de 2,25 metros antes de cortar o pescoço do condenado. A viga esquerda da máquina pesava 69 quilos, a da direita, por conter o mecanismo de liberação da queda da lâmina, 73 quilos, totalizando, com a máquina já montada uns 580 quilos.

A guilhotina foi uma espécie de homenagem ao médico e deputado Joseph Guillotin (1738-1814), que considerava este método de execução mais humano do que o enforcamento ou a decapitação com um machado. Na realidade, a agonia do enforcado podia ser longa, e certas decapitações a machado não cumpriam seu papel ao primeiro golpe, o que aumentava consideravelmente o sofrimento da vítima. Guillotin estimava que a instantaneidade da punição era a condição necessária e absoluta de uma morte decente.Mas não foi ele o inventor desse aparelho de cortar cabeças, usado muitos séculos antes. Guillotin, na verdade, apenas sugeriu sua volta na Revolução Francesa como eficiente método de execução humana.

O Homem da Máscara de Ferro

 O enigma do Máscara de Ferro jamais foi decifrado. Era um prisioneiro da Bastilha, com o rosto oculto sob uma máscara de ferro, ali recolhido para esconder segredos da poderosa monarquia francesa da época. Quando a Bastilha caiu em 1789, nada se encontrou que provasse sequer a própria existência do Máscara de Ferro. Apenas a memória dos carcereiros guardava a lembrança do misterioso personagem.

Adriano Duarte

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