A China ativou oficialmente o telescópio com a maior abertura única do mundo. Entre outras coisas, os pesquisadores esperam dar um grande impulso na busca de vida extraterrestre. O telescópio chamado de “FAST” (telescópio de 500 metros de abertura esférica) começou a funcionar oficialmente na tarde deste sábado (25). Ele é 200 metros maior que o observatório de Arecibo, em Porto Rico, que mede 305 metros e tem funcionado desde a década de 60. Só para dar uma ideia, o FAST é do tamanho de 30 campos de futebol.
O tamanho do FAST importa bastante. Ele é tremendamente poderoso e tem um campo de visão duas vezes maior que o do observatório de Arecibo. O telescópio não é só gigante, mas também sensível: é dez vezes mais poderoso que seu competidor mais próximo, no caso, o telescópio de 100 metros que fica perto de Bonn, na Alemanha. Peng Bo, uma pesquisadora do National Astronomical Observatories, disse à agência de notícias chinesa Xinhua que o “potencial do FAST em descobrir civilizações alienígenas será de 5 a 10 vezes maior que a dos equipamentos atuais, e ele também consegue ver mais distante e planetas mais escuros.”
O telescópio também vai ajudar os cientistas a detectarem mais pulsares (estrelas de nêutrons muito pequenas e muito densas). Isso significa que os astrônomos terão maior capacidade ao detectar ondas gravitacionais ou ondulações espaço-tempo que podem nos levar a compreender melhor a evolução das galáxias e das origens do universo.
Construir um projeto gigantesco como este tem um preço. Não só a China investiu US$ 180 milhões na construção do telescópio, como também teve de realocar entre 9 e 10 mil pessoas que moravam na província de Guizhou. Estas pessoas foram realojadas nas regiões vizinhas de Pingtang e Luodian em função de preocupação com a interferência magnética.
O presidente da China, Xi Jinping, definiu a exploração espacial como prioridade. Em 2013, o país pousou o primeiro veículo na lua desde 1976. Eles ainda planejam construir uma estação espacial em 2022 e fazer um homem pousar na lua em 2036.Para os próximos dois ou três anos, os astrônomos chineses terão prioridade no FAST. Mais para frente ele será disponibilizado para cientistas ao redor do mundo.
(UOL)
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