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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Artigo: A Questão dos Golpistas em Sobral.

Confira o mais novo artigo escrito pelo nosso colaborador e comentarista do jornal das Sete, o professor e historiador Adriano Duarte. No foco da escrita, o impeachment e seus desdobramentos.

Estamos passando por um momento único e delicado da História política brasileira. Nossa jovem democracia passou, muito recentemente, por mais um processo de impeachment. O segundo de sua História, apenas pouco depois de uma década do primeiro.

Na época de Collor, tínhamos quase uma unanimidade. Os jovens foram as ruas com “Caras Pintadas” e a sociedade brasileira se uniu para derrubar exatamente aquele que ela tinha posto no poder, através do voto, poucos anos antes, depois de passar décadas sem este direito na Ditadura Militar.

Desta feita foi bem diferente, pois a sociedade brasileira se dividiu, de um lado estavam os apoiadores do governo, do outro lado aqueles que de alguma forma estavam insatisfeitos e no Centro Dilma Rousseff, primeira presidente eleita de nossa História. 

A presidenta, como gostava de ser chamada, foi para o banco dos réus sob a acusação de pedaladas fiscais e assinaturas de decretos sem a permissão do Congresso Nacional. Juristas lançaram teses e mais teses, uns contra e outros a favor, dos atos serem ou não considerados crime de responsabilidade. Eis então que surge a tese do GOLPE.

Eduardo Cunha, ex-deputado federal pelo PMDB, abriu o processo, que foi dado prosseguimento pela Câmara e depois concluído pelo Senado, com a decisão de afastamento. Nesse ínterim o debate nacional veio parar nas conversas e acusações políticas sobralenses. Isso deveu-se ao posicionamento pessoal dos deputados federais, que representam nossa região na Câmara Federal.De um lado os apoiadores do grupo dos Ferreira Gomes, com destaque pra Leônidas Cristino PDT, do outro a mais nova liderança política da cidade, o deputado federal Moses Rodrigues, eleito pelo PPS e depois migrou para o PMDB, que em Sobral é presidido por seu pai. 

Hoje sabemos que, Leônidas votou contra o prosseguimento do processo e Moses a favor, sendo por isto taxado de golpista, segundo a tese daqueles que acreditam que o impeachment seja Golpe. Agora no período eleitoral com Moses, candidato a prefeito de Sobral, tornou-se o alvo preferido dos que gostam de taxar o processo de golpe. Só que os outros três candidatos são do PDT, que votou em peso no Senado pelo impeachment, do PSDB, que também deu apoio unânime ao impeachment e a do PSOL, partido que se manteve coeso e não pode ser taxado pela alcunha criada.

Observamos então no mínimo uma moral seletiva ou politiqueira no que tange a este assunto em nossa política, afinal de contas quatro dos três candidatos estão em partidos que deram apoio a saída da presidente. Podem contrargumentar que o único que votou diretamente pelo prosseguimento do processo foi Moses e contra fatos, não argumentarei, mas no fringir dos ovos os três candidatos principais tem que se abraçar e dizer: somos todos golpistas! Menos a Josy Vasconcelos, que é do PSOL, legitima representante da esquerda ou então aceitar que o processo foi legal e vamos torcer por Sobral e pelo Brasil.

Deixando bem claro que estamos de olho no TEMER!

Adriano Duarte

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Fica claro, pois, que o PSOL, e o partido NECESSARIO para que a luta pela democracia se consolide, e que SOBRAL nao pode deixar-se enganar, trocando 6 por meia duzia!

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